quinta-feira, 4 de junho de 2009
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008
As aventuras de Maria que tinha um meio sorriso. Meios sorrisos não mostram verdadeira felicidade. Logo, Maria não era verdadeiramente feliz.
O que é felicidade? Essa pergunta aparecia constantemente na cabeça de Maria. Menina de uns treze anos, brasileira e estudante. Era extremamente “certinha” e perfeccionista, gostava de todas as coisas em seus devidos lugares. Para muitos era considerada fraca, pois seu modo de falar doce e meigo lhes passava essa idéia. Porém, Maria tinha suas dúvidas, muitos monstros defeituosos habitavam o seu mundo.
Segunda-feira, um dia qualquer. Ela chegou da escola. Deu boa tarde. Subiu a escada. Tirou os sapatos. Foi estudar. Fazia tudo metodicamente. Maria costumava ficar entretida com os livros até sete horas, mas hoje é um dia diferente, porque o cansaço foi mais forte que as regras, então ela adormeceu.
Aquela que tinha um meio sorriso acordou. Encontrava-se em frente a uma grande pirâmide com duas portas. Uma das portas era bastante bem ornamentada, tinha enfeites de ouro e era feita com madeira lustrosa, já a outra, era comum, a madeira não era de boa qualidade e a maçaneta era igual a de sua casa. Percebeu depois um pequeno animal a sua frente, parecia com um gato.
- Finalmente acordou – exclamou o bichano.
- Onde estou? Que pirâmide bonita.
Você está onde deve fazer escolhas – falou sem hesitação. – Há duas portas na sua pirâmide, elas mostrarão o caminho que você irá percorrer.
O gato falante afastou-se um pouco para dar passagem a garota, que deveria ir em direção a alguma das portas.
- Posso espiar pela brecha antes?
- Fique a vontade, mas este relógio marcará o seu tempo, ele não pode exceder quinze minutos, esse será o seu tempo de escolha. E há outra regra: você deve entrar com o pé direito, pois este dará sorte a sua escolha.
Foi então em direção à porta mais luxuosa. Ao abrir, viu que dentro estava o seu quarto. E para sua surpresa ali estava ela, ou o seu clone, fazendo todas as coisas que costumava fazer, metodicamente. Assustou-se ao perceber que suas atitudes eram bastante regulares e metódicas. Era um verdadeiro símbolo de perfeição. Rapidamente correu em direção a segunda porta. Quando abriu, assustou-se novamente: seu quarto estava completamente desarrumado, estava uma bagunça, todos os objetos que tanto prezava estavam no chão e muitos quebrados. Seu “clone” dessa vez estava dormindo tranquilamente e pouco se importava com o estado do cômodo. Maria não sabia o que escolher. E o gato a apressava:
- Vamos logo, garota! Faltam apenas cinco minutos! Você deve estabelecer seu caminho, seu ser!
- Eu não posso. Não vou escolher nenhum dos dois. Nenhum me fará feliz.
- Mas são as regras! Você foi sempre tão boa em segui-las.
Maria pensou e percebeu que seu modo de agir realmente era assim. Havia seguido as regras que eram lhe postas. Mas agora, ela não podia segui-las, ela pensou diferente:
- Não me importarei com o que o senhor disser, eu não vou escolher! Eu não quero nenhum! Eu quero apenas descobrir por mim mesma um novo caminho.
O gato começou a esbravejar e intimidar a pequena garota. Maria estava com muito medo e pensou que talvez fosse melhor escolher uma, seria bem mais fácil. Mas ela não conseguia, ela não podia seguir essa regra. Essa não dava.
O tempo acabou. A última coisa que viu foram os grandes olhos vermelhos do gato e logo depois um sorriso sereno.
- Boa escolha.
Terça-feira, um dia comum. Maria acordou em cima de seus livros. Resolveu faltar a aula para descansar, um dia não fará diferença para seus estudos, mas um dia de descanso será muito bom para ela.